Na TV, pastor norte-americano atribui terremoto no Haiti a pacto com o diabo. Segundo o pastor Pat Robertson o suposto pacto feito pelos haitianos teria ajudado país a ficar independente. Declarações do religioso repercutiram nos EUA. Pat Robertson, além de pastor, é dono do canal “Christian Broadcasting Network”. Ele disse que a tragédia provocada pelo terremoto de terça-feira no Haiti foi decorrente do “pacto com o diabo” que setores da população fizeram para que o país se tornasse independente da França. Robertson é conhecido por fazer declarações incendiárias, como aquelas em que defendeu o assassinato do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Em seu programa de quarta-feira, ele insinuou que,
Comentaristas de diferentes jornais também condenaram as palavras de Robertson, como o editor de uma coluna religiosa do “Washington Post”, David Waters. Waters classificou como “vergonhoso” alguém sugerir que DEUS ou as pessoas pobres do Haiti têm alguma relação com as causas da tragédia. Um porta-voz do pastor, Chris Roslan, disse que as polêmicas palavras de Robertson se referiam aos rituais de vodu que eram praticados na ilha por escravos, e “não à ira de DEUS”.
Mas não é só Robertson que afirma isto. Aqui no Brasil, muitos pastores declaram de púlpito em suas inflamadas pregações, que os africanos e toda sua descendência – os negros, pra ser mais exato – estão sob o jugo da maldição que Noé lançou sobre seu filho Cam (conforme Gênesis 9.20-29). A igreja evangélica em suas vertentes pentecostal e neopentecostal, na tentativa de justificarem a discriminação contra os negros, demonizam as religiões e a cultura afros. Observe que em suas ilustrações e “visões espirituais”, o que eles afirmam serem demônios (e/ou espíritos malignos), e sempre negro ou preto. A cor preta está sempre associada ao mal e por aí a fora vai. A discriminação está presente na teologia, na hinologia e nas doutrinas de grande parte das igrejas evangélicas brasileiras.
Nos casos mais adjetos, pessoas negras são submetidas a verdadeiras sessões de exorcismo (que eles chamam de “cura interior”, “quebra de vínculo”, “quebra de maldição hereditária” e asneiras afins), para “renunciarem” supostos pactos que seus antepassados, ou seja, os africanos fizeram com demônios. E não duvidem que já haja pastores por aqui, aproveitando dessa tragédia inominável para fazerem suas mirabolantes pregações, na tentativa do aliciamento mental daqueles que já se acostumaram a dizer “amém!” pra toda a imundície que vem dos púlpitos
[Fonte: G1]
Em seu programa de quarta-feira, ele insinuou que,
Robertson insistiu na veracidade da história, que, segundo ele, terminou com as partes entrando em um acordo. O resultado, destacou, foi “a maldição” sobre os haitianos e as catástrofes que atingem o país mais pobre do hemisfério ocidental desde a sua independência, em 1804. As críticas ao pastor não demoraram a chegar. A assessora da Casa Branca Valerie Jarrett afirmou na rede de TV “ABC”, que os comentários do líder religioso a deixaram sem comentários e não expressavam o espírito dos americanos nem do presidente Barack Obama.“muito tempo atrás, aconteceu algo no Haiti”. “E o povo talvez não queira falar sobre isso (...) Os haitianos estavam sob o jugo da França (…). Eles se uniram e fizeram um pacto com o diabo. Disseram: ‘Serviremos a ti caso nos liberte da França’”,
Comentaristas de diferentes jornais também condenaram as palavras de Robertson, como o editor de uma coluna religiosa do “Washington Post”, David Waters. Waters classificou como “vergonhoso” alguém sugerir que DEUS ou as pessoas pobres do Haiti têm alguma relação com as causas da tragédia. Um porta-voz do pastor, Chris Roslan, disse que as polêmicas palavras de Robertson se referiam aos rituais de vodu que eram praticados na ilha por escravos, e “não à ira de DEUS”.
Mas não é só Robertson que afirma isto. Aqui no Brasil, muitos pastores declaram de púlpito em suas inflamadas pregações, que os africanos e toda sua descendência – os negros, pra ser mais exato – estão sob o jugo da maldição que Noé lançou sobre seu filho Cam (conforme Gênesis 9.20-29). A igreja evangélica em suas vertentes pentecostal e neopentecostal, na tentativa de justificarem a discriminação contra os negros, demonizam as religiões e a cultura afros. Observe que em suas ilustrações e “visões espirituais”, o que eles afirmam serem demônios (e/ou espíritos malignos), e sempre negro ou preto. A cor preta está sempre associada ao mal e por aí a fora vai. A discriminação está presente na teologia, na hinologia e nas doutrinas de grande parte das igrejas evangélicas brasileiras.
Nos casos mais adjetos, pessoas negras são submetidas a verdadeiras sessões de exorcismo (que eles chamam de “cura interior”, “quebra de vínculo”, “quebra de maldição hereditária” e asneiras afins), para “renunciarem” supostos pactos que seus antepassados, ou seja, os africanos fizeram com demônios. E não duvidem que já haja pastores por aqui, aproveitando dessa tragédia inominável para fazerem suas mirabolantes pregações, na tentativa do aliciamento mental daqueles que já se acostumaram a dizer “amém!” pra toda a imundície que vem dos púlpitos
[Fonte: G1]