A cientologia é conhecida como ''a seita das estrelas''. Nos Estados Unidos, já congrega uma constelação formada, entre outros, pelos atores Tom Cruise e John Travolta e pelo pianista Chick Corea. Mas eles não são os únicos famosos cientólogos, há ainda Michael Jackson (falou em esquisitice, este senhor não podia ficar de fora), Juliette Lewis, Anne Archer e Lisa-Marie Presley, dentre outros. A igreja carrega ainda outra fama - a de alvo de centenas de denúncias e condenações judiciais por delitos que vão de fraude fiscal a chantagem. Por essa razão, a estratégia de expansão do culto mira agora os países em desenvolvimento, onde há menos informação sobre as denúncias contra a seita e muita gente não fala inglês, portanto não entende os sites com acusações contra os cientologistas. Na Indonésia e na Gâmbia, por exemplo, os princípios da religião já são aplicados nos sistemas carcerário e educacional. Da Venezuela, saem missionários para os países vizinhos da América do Sul. O mercado mais cobiçado pela cientologia, no entanto, é o Brasil.
O problema é que, por aqui, a igreja ainda é um rascunho da matriz americana, que se baseia na adesão de famosos como estratégia de marketing (A Cientologia lançou suas sementes em solos brasileiros no ano de 2006.). A principal - e única - celebridade brasileira da seita é a escritora esotérica Monica Buonfiglio, que afirma ter sido beneficiada pelos princípios da cientologia na recuperação de cirurgias para a retirada de quatro tumores. O movimento conta com apenas duas missões em São Paulo e uma em Jundiaí, no interior do Estado. De olho nas estrelas da televisão, os cientologistas planejam abrir em breve uma sede no Rio de Janeiro. Segundo a direção da seita, já foram vendidos no Brasil cerca de 4 mil exemplares de 27 livros publicados por Lafayette Ronald Hubbard, o escritor de ficção científica que fundou a seita em 1954, nos EUA, e faleceu em 1986. Apesar da leitura, o número de fiéis brasileiros não passa de 200.
A palavra Cientologia, inventada por Hubbard, vem dos termos latinos scio, que significa conhecer, e logos, razão. Para os cientólogos, a Cientologia é uma religião cujo objetivo é "estudar o espírito, entender a relação de cada um consigo mesmo, com o universo e com outras formas de vida. É uma religião, uma sabedoria e uma ciência". Na verdade, trata-se de uma corrente de pensamento filosófico-religioso mesclada a técnicas psicoterápicas e doutrina budista. Segundo o próprio Hubbard, a religião criada por ele deve despertar no discípulo a consciência de que ele é imortal. É uma mistura de conceitos tirados do hinduísmo e das tradições cabalísticas. A Cientologia serve de base para uma série de técnicas como a psicanalítica (Dianética), e promete aos seus adeptos melhorar sua capacidade de comunicação e diminuir seus sofrimentos, ensinando-o a "lidar com as pessoas e seu meio". O homem é basicamente bom, composto de três partes: corpo, mente e espírito. É um ser imortal. Sua experiência vai muito além de uma só vida. Sua salvação depende de si mesmo, de seus semelhantes e de sua relação com o universo. O corpo é um componente indesejado do ser humano. A mente humana é limitada e não permite ao indivíduo tomar consciência de que ele é destinado a sobreviver . A mente é o sistema de comunicação entre o Thetan e o mundo ambiente. O espírito (na Cientologia, Thetan) é onisciente e imortal e, através da pista do tempo, percorre várias vidas. O espírito é tudo aquilo que você traz de bom e de ruim desta e de outras vidas. No início, todos os espíritos eram perfeitamente felizes num eterno presente, mas acharam que era uma situação aborrecedora e foi assim que, "para brincar", criaram o universo. Mas se tornaram vítimas do seu próprio "brinquedo", esquecendo-se de que o mesmo fora criado por eles.
Hubbard ainda formou o pensamento da Cientologia sobre Jesus Cristo tomando emprestado o mesmo ensino do Budismo, do Hinduísmo, do Taoismo e do Judaísmo: "teoria moral", que defende a idéia de que Jesus é apenas um exemplo de fé, de moral e de conduta. Alem dessa, Hubbard fez várias outras declarações infundadas sobre Jesus, como a que "Jesus era membro da seita dos essênios, que cria na reencarnação". Os essênios tinham um sistema de vida profundamente ascético, alimentavam-se frugalmente e possuíam um "Manual de Disciplina" que estabelecia regras para a vida da comunidade quanto ao que se podia comer ou não. Não aceitavam o sacrifício de animais. Impunham o celibato para seus membros, entre outras crenças. Basta uma leitura imparcial das Sagradas Escrituras para vermos que Jesus não era um "essênio". Os "essênios" primavam pela pureza exterior. Ao serem os discípulos acusados de comer sem lavar as mãos, Jesus os defendeu, dizendo:
Tom Cruise – que esteve no Rio de Janeiro em fevereiro deste ano, para a pré-estreia, de seu mais recente filme, "Operação Valquíria", nos últimos tempos tem acumulado fracassos em sua até então bem sucedida carreira. Essa série de fracassos é o que faz com que ele seja menos lembrado pelos filmes e mais por ser adepto da polêmica cientologia. Como no Brasil “em se plantando tudo dá”, não duvido que em breve essa seita estará exibindo frutos mais, digamos, vistosos.
[Fontes: Época, Superinteressante, CACP e G1]
O problema é que, por aqui, a igreja ainda é um rascunho da matriz americana, que se baseia na adesão de famosos como estratégia de marketing (A Cientologia lançou suas sementes em solos brasileiros no ano de 2006.). A principal - e única - celebridade brasileira da seita é a escritora esotérica Monica Buonfiglio, que afirma ter sido beneficiada pelos princípios da cientologia na recuperação de cirurgias para a retirada de quatro tumores. O movimento conta com apenas duas missões em São Paulo e uma em Jundiaí, no interior do Estado. De olho nas estrelas da televisão, os cientologistas planejam abrir em breve uma sede no Rio de Janeiro. Segundo a direção da seita, já foram vendidos no Brasil cerca de 4 mil exemplares de 27 livros publicados por Lafayette Ronald Hubbard, o escritor de ficção científica que fundou a seita em 1954, nos EUA, e faleceu em 1986. Apesar da leitura, o número de fiéis brasileiros não passa de 200.
A palavra Cientologia, inventada por Hubbard, vem dos termos latinos scio, que significa conhecer, e logos, razão. Para os cientólogos, a Cientologia é uma religião cujo objetivo é "estudar o espírito, entender a relação de cada um consigo mesmo, com o universo e com outras formas de vida. É uma religião, uma sabedoria e uma ciência". Na verdade, trata-se de uma corrente de pensamento filosófico-religioso mesclada a técnicas psicoterápicas e doutrina budista. Segundo o próprio Hubbard, a religião criada por ele deve despertar no discípulo a consciência de que ele é imortal. É uma mistura de conceitos tirados do hinduísmo e das tradições cabalísticas. A Cientologia serve de base para uma série de técnicas como a psicanalítica (Dianética), e promete aos seus adeptos melhorar sua capacidade de comunicação e diminuir seus sofrimentos, ensinando-o a "lidar com as pessoas e seu meio". O homem é basicamente bom, composto de três partes: corpo, mente e espírito. É um ser imortal. Sua experiência vai muito além de uma só vida. Sua salvação depende de si mesmo, de seus semelhantes e de sua relação com o universo. O corpo é um componente indesejado do ser humano. A mente humana é limitada e não permite ao indivíduo tomar consciência de que ele é destinado a sobreviver . A mente é o sistema de comunicação entre o Thetan e o mundo ambiente. O espírito (na Cientologia, Thetan) é onisciente e imortal e, através da pista do tempo, percorre várias vidas. O espírito é tudo aquilo que você traz de bom e de ruim desta e de outras vidas. No início, todos os espíritos eram perfeitamente felizes num eterno presente, mas acharam que era uma situação aborrecedora e foi assim que, "para brincar", criaram o universo. Mas se tornaram vítimas do seu próprio "brinquedo", esquecendo-se de que o mesmo fora criado por eles.
Hubbard ainda formou o pensamento da Cientologia sobre Jesus Cristo tomando emprestado o mesmo ensino do Budismo, do Hinduísmo, do Taoismo e do Judaísmo: "teoria moral", que defende a idéia de que Jesus é apenas um exemplo de fé, de moral e de conduta. Alem dessa, Hubbard fez várias outras declarações infundadas sobre Jesus, como a que "Jesus era membro da seita dos essênios, que cria na reencarnação". Os essênios tinham um sistema de vida profundamente ascético, alimentavam-se frugalmente e possuíam um "Manual de Disciplina" que estabelecia regras para a vida da comunidade quanto ao que se podia comer ou não. Não aceitavam o sacrifício de animais. Impunham o celibato para seus membros, entre outras crenças. Basta uma leitura imparcial das Sagradas Escrituras para vermos que Jesus não era um "essênio". Os "essênios" primavam pela pureza exterior. Ao serem os discípulos acusados de comer sem lavar as mãos, Jesus os defendeu, dizendo:
"Convocando ele, de novo, a multidão, disse-lhes: Ouvi-me todos, e entendei. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina" (Mc 7.14,15).
Tom Cruise – que esteve no Rio de Janeiro em fevereiro deste ano, para a pré-estreia, de seu mais recente filme, "Operação Valquíria", nos últimos tempos tem acumulado fracassos em sua até então bem sucedida carreira. Essa série de fracassos é o que faz com que ele seja menos lembrado pelos filmes e mais por ser adepto da polêmica cientologia. Como no Brasil “em se plantando tudo dá”, não duvido que em breve essa seita estará exibindo frutos mais, digamos, vistosos.
[Fontes: Época, Superinteressante, CACP e G1]