Na edição do dia 14, a Folha de São Paulo publica matéria com a evangélica e psicóloga Rozângela Justino. Um jornalista da Folha pagou R$ 100,00 por uma consulta com a psicóloga que garante a cura.
Em entrevista Justino diz que o homossexualismo (sic) é uma doença e que o Movimento quer implantar em toda a sociedade.
O presidente da ABGLT, Toni Reis disse hoje no Panamá que além de desrespeitar as resoluções da Organização Mundial da Saúde e do Conselho de Psicologia, Rozângela Justino incentiva o ódio contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT):
A ABGLT estará presente no julgamento de cassação da psicóloga.
Durante a elaboração da reportagem um jornalista da Folha marcou uma consulta por R$ 200,00 e acabou tendo um desconto de cem reais. Durante a sessão Justino disse que 50% da chance de cura depende do homossexual que quer deixar essa vida. A terapeuta disse que o tratamento pode levar de quatro a cinco anos.
Conselho Federal de Psicologia decide no dia 31 se cassa licença de Rozângela Alves Justino. Resolução veta tratar questão como doença e recrimina indicação de tratamento; se o registro for perdido, será a 1ª condenação do tipo no país.
O Conselho Federal de Psicologia julga, no fim deste mês, a cassação do registro profissional de Rozângela Alves Justino por oferecer terapia para que gays e lésbicas deixem a homossexualidade. Se perder a licença, será a primeira condenação desse tipo no Brasil.
Resolução do próprio conselho proíbe há dez anos os psicólogos de lidarem a homossexualidade como doença e recrimina a indicação de qualquer tipo de “tratamento” ou “cura”.
Rozângela, que afirma ter “atendido e curado centenas” de pacientes gays em 21 anos, diz ver a homossexualidade como “doença” e que algumas pessoas têm atração pelo mesmo sexo “porque foram abusadas na infância e na adolescência e sentiram prazer nisso”.
Numa consulta em que a reportagem, incógnita, se passava por paciente, Rozângela, que se diz evangélica, recomenda orientação religiosa na igreja.
A cassação de Rozângela, que atende no centro do Rio, foi pedida por associações gays e endossado por 71 psicólogos de diferentes conselhos regionais.
Segundo Rozângela, que já foi condenada a censura pública no conselho regional do Rio no final de 2007,
A almoxarife Cláudia Machado, 34, diz que recebeu de Rozângela a apostila “Saindo da homossexualidade para a heterossexualidade”, que prega meios para a mudança de orientação sexual.
Já a pedagoga Fernanda, que pede para não ter o sobrenome divulgado, diz ter sido LÉSBICA por dez anos e que, depois da terapia que faz com Rozângela há quatro anos, passou a ter relações heterossexuais.
Segundo ele, a Sociedade Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade do diagnóstico de doenças em 1974, seguida, uma década depois, pela Organização Mundial da Saúde.
“Vejo [o pedido de cassação] como uma injustiça”, diz Rozângela, que, se cassada, pensa em recorrer à Justiça comum.
De um lado, cem entidades gays de todo o país vão levar um manifesto e manifestantes no dia do julgamento de cassação de registro de Rozângela, no próximo dia 31, em Brasília. Do outro, ela diz que vai reunir alguns ex-gays e psicólogos amordaçados para protestar contra a censura que diz sofrer.
“É a Inquisição para héteros”, diz o terapeuta
A psicóloga Rozângela Alves Justino diz que homossexualidade é uma “doença” e que “a maioria dos gays foi abusado sexualmente na infância e sentiu prazer nisso”.
Veja abaixo trechos da entrevista:
Numa sala onde mal cabem dois sofás cobertos com capas meio encardidas e uma cadeira de palha, a psicóloga Rozângela Alves Justino promete “curar” gays em terapia que pode durar de dois a cinco anos.
A mulher de fala mansa e fleumática diz já ter “revertido” uns 200 pacientes da homossexualidade - que vê como doença - em 21 anos de profissão.
Sem se identificar como jornalista, a reportagem se passou por paciente e pagou por uma consulta - R$ 200, regateados sem resistência para R$ 100.
Para uma primeira sessão, ela mais fala do que ouve. Tampouco anota dados ou declarações do consulente. Explica que faz “militância política para defender o direito daquelas pessoas que querem voluntariamente deixar a homossexualidade”. “É um transtorno porque traz sofrimento”, diz a psicóloga, formada nos anos 1980 no Centro Universitário Celso Lisboa, no Rio.
Rozângela diz adotar a “linha existencialista” e que 50% de chance do sucesso da “cura” vem da vontade do HOMOSSEXUAL de sair “dessa vida” e outros 50% decorrem do trabalho psicoterápico.
Rozângela mostra plena convicção no que defende.
No final da consulta, a recomendação: “A igreja pode ser um espaço terapêutico também” - embora não faça pregação.
Com certeza essa psicóloga enfiou todo o braço em um verdadeiro vespeiro e as vespas já começaram a zumbizar Brasil afora. A entrevista dela para a Folha, será um dos temas dos discursos da Parada do Orgulho GLBT que será realizada aqui em Belo Horizonte hoje (19), à tarde.
Em entrevista Justino diz que o homossexualismo (sic) é uma doença e que o Movimento quer implantar em toda a sociedade.
diz a psicóloga na entrevista.“Há um grupo com finalidades políticas e econômicas que quer estabelecer a liberação sexual, inclusive o abuso sexual contra crianças”,
O presidente da ABGLT, Toni Reis disse hoje no Panamá que além de desrespeitar as resoluções da Organização Mundial da Saúde e do Conselho de Psicologia, Rozângela Justino incentiva o ódio contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT):
“Dizer que o movimento quer estabelecer o abuso sexual contra crianças é criminoso e deve ser entendido como incitação à violência”.
A ABGLT estará presente no julgamento de cassação da psicóloga.
finaliza Reis. A ABGLT estuda formas de processar Justino pelas declarações dada à reportagem da Folha.“Não admitiremos que ela compare os assassinatos que LGBT sofreram desde a Santa Inquisição e que continuamos sofrendo com o fato de pedirmos justiça contra a forma antiprofissional com que ela atua”,
Durante a elaboração da reportagem um jornalista da Folha marcou uma consulta por R$ 200,00 e acabou tendo um desconto de cem reais. Durante a sessão Justino disse que 50% da chance de cura depende do homossexual que quer deixar essa vida. A terapeuta disse que o tratamento pode levar de quatro a cinco anos.
Conselho Federal de Psicologia decide no dia 31 se cassa licença de Rozângela Alves Justino. Resolução veta tratar questão como doença e recrimina indicação de tratamento; se o registro for perdido, será a 1ª condenação do tipo no país.
O Conselho Federal de Psicologia julga, no fim deste mês, a cassação do registro profissional de Rozângela Alves Justino por oferecer terapia para que gays e lésbicas deixem a homossexualidade. Se perder a licença, será a primeira condenação desse tipo no Brasil.
Resolução do próprio conselho proíbe há dez anos os psicólogos de lidarem a homossexualidade como doença e recrimina a indicação de qualquer tipo de “tratamento” ou “cura”.
Rozângela, que afirma ter “atendido e curado centenas” de pacientes gays em 21 anos, diz ver a homossexualidade como “doença” e que algumas pessoas têm atração pelo mesmo sexo “porque foram abusadas na infância e na adolescência e sentiram prazer nisso”.
Numa consulta em que a reportagem, incógnita, se passava por paciente, Rozângela, que se diz evangélica, recomenda orientação religiosa na igreja.
afirma.“Tenho minha experiência religiosa que eu não nego. Tudo que faço fora do consultório é permeado pelo religioso. Sinto-me direcionada por Deus para ajudar as pessoas que estão homossexuais”,
A cassação de Rozângela, que atende no centro do Rio, foi pedida por associações gays e endossado por 71 psicólogos de diferentes conselhos regionais.
Segundo Rozângela, que já foi condenada a censura pública no conselho regional do Rio no final de 2007,
afirma. No Rio, Rozângela participa do Movimento Pela Sexualidade Sadia, conhecido como Moses, ligado a igrejas evangélicas.“o movimento pró-homossexualismo tem feito alianças com conselhos de psicologia e quer implantar a ditadura gay no país”. É por isso que o conselho de psicologia, numa aliança, porque tem muito ativista gay dentro do conselho de psicologia, criou uma resolução para perseguir profissionais”,
A almoxarife Cláudia Machado, 34, diz que recebeu de Rozângela a apostila “Saindo da homossexualidade para a heterossexualidade”, que prega meios para a mudança de orientação sexual.
diz.“Hoje vivo a minha homossexualidade tranquila, essa história de cura não existe, o que houve foi um condicionamento. Reprimi meus desejos. Não sentia prazer”,
Já a pedagoga Fernanda, que pede para não ter o sobrenome divulgado, diz ter sido LÉSBICA por dez anos e que, depois da terapia que faz com Rozângela há quatro anos, passou a ter relações heterossexuais.
diz o terapeuta sexual Ronaldo Pamplona, da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana.“Realmente há possibilidade de sair da homossexualidade. É um processo longo. De lá para cá busco a feminilidade.”
“A ciência já mostrou que não existe tratamento para fazer com que alguém deixe de ter desejo HOMOSSEXUAL nem heterossexual. Quando se promete algo assim, é enganoso”,
Segundo ele, a Sociedade Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade do diagnóstico de doenças em 1974, seguida, uma década depois, pela Organização Mundial da Saúde.
diz Toni Reis, presidente da ABGLT, a associação brasileira de homossexuais.“Se absolvê-la, o Conselho Federal de Psicologia vai referendar a tese de que é possível 'curar' gays”,
afirma Cláudio Nascimento, superintendente da Secretaria de Direitos Humanos do Rio e do grupo Arco-Íris.“Isso traz prejuízo aos gays e contribui para fortalecer o estigma”,
“Vejo [o pedido de cassação] como uma injustiça”, diz Rozângela, que, se cassada, pensa em recorrer à Justiça comum.
De um lado, cem entidades gays de todo o país vão levar um manifesto e manifestantes no dia do julgamento de cassação de registro de Rozângela, no próximo dia 31, em Brasília. Do outro, ela diz que vai reunir alguns ex-gays e psicólogos amordaçados para protestar contra a censura que diz sofrer.
“É a Inquisição para héteros”, diz o terapeuta
A psicóloga Rozângela Alves Justino diz que homossexualidade é uma “doença” e que “a maioria dos gays foi abusado sexualmente na infância e sentiu prazer nisso”.
Veja abaixo trechos da entrevista:
FOLHA - Como a sra. vê o homossexualismo?
ROZÂNGELA ALVES JUSTINO - É uma doença. E uma doença que estão querendo implantar em toda sociedade. Há um grupo com finalidades políticas e econômicas que quer estabelecer a liberação sexual, inclusive o abuso sexual contra criança. Esse é o movimento que me persegue e que tem feito alianças com conselhos de psicologia para implantar a ditadura gay.
O que é ditadura gay?
Há vários projetos no Congresso para cercear o direito de expressão, de pensamento e científico. Eles foram queimados na Santa Inquisição e agora querem criar a Santa Inquisição para heterossexuais.
A que a sra. atribui o comportamento gay?
À expectativa dos pais, que querem que o filho nasça menino ou menina. Projetam na criança todos os anseios. E daí começam a conduzir a sua criação como se você fosse uma menina. Outra causa mais grave é o abuso sexual na infância e na adolescência. Normalmente o autor do abuso o comete com carinho. Então a criança pode experimentar prazer e acabar se fixando.
Mas nem todos os homossexuais foram abusados na infância.
A maioria foi.
Como é o seu tratamento?
É um tratamento normal, psicoterápico. Todas as linhas psicológicas consagradas e vários teóricos declaram que a homossexualidade é um transtorno. A psicanálise a considera como uma perversão a ser tratada. À medida em que a pessoa vai se submetendo às técnicas psicoterápicas, vai compreendendo porque ficou presa àquele tipo de comportamento e vai conseguindo sair. Não há nada de tão misterioso e original na minha prática. Sou uma profissional comum.
Numa sala onde mal cabem dois sofás cobertos com capas meio encardidas e uma cadeira de palha, a psicóloga Rozângela Alves Justino promete “curar” gays em terapia que pode durar de dois a cinco anos.
A mulher de fala mansa e fleumática diz já ter “revertido” uns 200 pacientes da homossexualidade - que vê como doença - em 21 anos de profissão.
Sem se identificar como jornalista, a reportagem se passou por paciente e pagou por uma consulta - R$ 200, regateados sem resistência para R$ 100.
Para uma primeira sessão, ela mais fala do que ouve. Tampouco anota dados ou declarações do consulente. Explica que faz “militância política para defender o direito daquelas pessoas que querem voluntariamente deixar a homossexualidade”. “É um transtorno porque traz sofrimento”, diz a psicóloga, formada nos anos 1980 no Centro Universitário Celso Lisboa, no Rio.
Rozângela diz adotar a “linha existencialista” e que 50% de chance do sucesso da “cura” vem da vontade do HOMOSSEXUAL de sair “dessa vida” e outros 50% decorrem do trabalho psicoterápico.
diz.“É preciso entender o que está por trás da homossexualidade. E a mudança vai acontecendo naturalmente. Vamos tentar entender o que aconteceu para que você tenha desenvolvido a homossexualidade. Na medida em que você for entendendo a sua história, vai ficar mais fácil sair”,
Rozângela mostra plena convicção no que defende.
“Com certeza há possibilidade de saída. Nesses 20 anos já vi várias pessoas que deixaram a homossexualidade. Existe um grupo que deixou o comportamento HOMOSSEXUAL. Existem pessoas que, além do comportamento, deixaram a atração HOMOSSEXUAL. E outras até desenvolveram a heterossexualidade e têm filhos.”
No final da consulta, a recomendação: “A igreja pode ser um espaço terapêutico também” - embora não faça pregação.
Com certeza essa psicóloga enfiou todo o braço em um verdadeiro vespeiro e as vespas já começaram a zumbizar Brasil afora. A entrevista dela para a Folha, será um dos temas dos discursos da Parada do Orgulho GLBT que será realizada aqui em Belo Horizonte hoje (19), à tarde.