Janires Magalhães Manso, ou simplesmente, Janires foi um cantor de música gospel com início de carreira no fim da década de 1970. Fundou a banda Rebanhão em São Paulo, no ano de 1979. Um ano depois se mudou para o Rio de Janeiro, onde formou um novo grupo, mas que permaneceu com o mesmo nome. Após gravar quatro discos com o Rebanhão, Janires deixou a banda em 1984 e veio para Belo Horizonte, aqui na terrinha conheceu um novo time de músicos e juntamente com eles formou a Banda Azul. Nessa época a MPB experimentava um movimento de renovação decorrente da abertura política. A música de Janires revelava influências de Zé Rodrix, Taiguara, Ivan Lins, 14 Bis, Raimundo Fagner, Gonzaguinha, Mutantes, para não falar de Pink Floyd, Beatles, Genesis e tantos outros que naturalmente influenciaram muitas gerações.
Em plena época de ditadura no Brasil, Janires ironizou as políticas e a gestão do governo militar. No primeiro disco do Rebanhão, expressa sua opinião de forma clara em versos da música "Casa no céu":
É importante falarmos do contexto cultural e musical da época, para que nos situemos no tempo e no espaço. Desde o início dos anos setenta, algumas coisas começaram a mudar também nos meios eclesiásticos. Até então, nas igrejas cantavam-se os hinos dos hinários tradicionais. O órgão e o piano eram os instrumentos permitidos.Guitarra, baixo, sintetizadores e qualquer instrumento de percussão eram inimagináveis por serem considerados “instrumentos mundanos e/ou impuros, portanto, proibidos na maioria das denominações. O violão acabava de conquistar sua posição nos meios jovens. Vencedores Por Cristo, Semente, Elo, Logos, Jovens da Verdade e alguns outros grupos de expressão foram os embaixadores da nova música evangélica, introduzindo com sabedoria e maestria uma nova concepção musical.
Janires foi um dos mais importantes representantes da segunda fase desta renovação musical. Falava das coisas comuns da vida. Ironizava os políticos corruptos, os comerciais da TV, parodiava filmes e novelas, falava das realidades, de sonhos, fracassos e frustrações, do pecado e da miséria resultante, para apresentar, em fulgurante contraste, a estonteante luz, a estupenda graça e a infinita paz de Jesus Cristo, que transformou a sua vida, de um quase marginal e presidiário, em um homem livre para viver a plenitude de uma vida totalmente regenerada.
É óbvio que ele foi rejeitado, discriminado e – várias vezes – impedido de ministrar em algumas igrejas, pelo seu visual despojado (jeans surrados, camisetas, macacões, tênis velhos, barba por fazer e acessórios), que fugia e muito do que era considerado o “esteriótipo ideal para o crente”.
A vida de Janires era bem simples. Não era um homem de posses materiais, tanto que quando morreu deixou apenas algumas roupas e seus equipamentos musicais. Paulo Marotta sintetiza a simplicidade de Janires com as seguintes palavras:
Comentando uma entrevista de Pedro Braconnot, a prof. Márcia Leitão, em sua tese de doutorado, afirma:
Depois de duas gravações com a Banda Azul, Janires morreu em um catastrófico acidente automobilístico, quando voltava do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, em janeiro 1988. Não direi que foi prematuro, pois sei que o SENHOR sempre está no controle de tudo. Janires foi como um grão de trigo jogado em solo fértil. No ano de 2003 um grupo de músicos cristãos se reuniram no Acampamento Som do Céu, aqui em Belô e interpretaram algumas composições de Janires. A produção foi da Mocidade Para Cristo do Brasil (MPC). As músicas foram interpretadas por Banda Azul, Baixo e Voz, Verso Livre, Cia de Jesus, Expresso Luz, Nelson Bomilcar, Jorge Camargo, Paulinho Marotta, Banda MPC e Carlinhos Veiga. A gravação ao vivo foi intitulada "Tributo a Janires" e virou cd e dvd.
Janires foi uma das chaves que o SENHOR usou para abertura das portas da igreja ao rock, ao pop e a muito do que temos hoje na chamada música gospel.
Até a eternidade, Janires!
Em plena época de ditadura no Brasil, Janires ironizou as políticas e a gestão do governo militar. No primeiro disco do Rebanhão, expressa sua opinião de forma clara em versos da música "Casa no céu":
. No mesmo álbum, critica a própria visão ideológica de alguns evangélicos, na música"Etc e tal":"Lá não terá vizinho reclamando o aumento da gasolina", "Lá não terá buraco no meio da rua", "Lá não terá trombadinha nem trombadão desrespeitando os 80km/h fugindo da poluição"
. Na sua composição mais conhecida, "Baião", Janires faz uma análise da situação social do planeta:"Embaixo da ponte as pessoas roubando e matando... em cima da ponte...crentes tranquilamente se achando no direito de ficar descontentes com Deus, não comprou carro novo não... "
"Sem Jesus Cristo é impossível se viver nesse mundão, até parece que as pessoas estão morando no sertão, é faca com faca, é bala com bala, metralhadoras e canhões, até parece que a faculdade só tá formando lampiões... e o dinheiro anda mais curto do que perna de cobra..."
É importante falarmos do contexto cultural e musical da época, para que nos situemos no tempo e no espaço. Desde o início dos anos setenta, algumas coisas começaram a mudar também nos meios eclesiásticos. Até então, nas igrejas cantavam-se os hinos dos hinários tradicionais. O órgão e o piano eram os instrumentos permitidos.Guitarra, baixo, sintetizadores e qualquer instrumento de percussão eram inimagináveis por serem considerados “instrumentos mundanos e/ou impuros, portanto, proibidos na maioria das denominações. O violão acabava de conquistar sua posição nos meios jovens. Vencedores Por Cristo, Semente, Elo, Logos, Jovens da Verdade e alguns outros grupos de expressão foram os embaixadores da nova música evangélica, introduzindo com sabedoria e maestria uma nova concepção musical.
Janires foi um dos mais importantes representantes da segunda fase desta renovação musical. Falava das coisas comuns da vida. Ironizava os políticos corruptos, os comerciais da TV, parodiava filmes e novelas, falava das realidades, de sonhos, fracassos e frustrações, do pecado e da miséria resultante, para apresentar, em fulgurante contraste, a estonteante luz, a estupenda graça e a infinita paz de Jesus Cristo, que transformou a sua vida, de um quase marginal e presidiário, em um homem livre para viver a plenitude de uma vida totalmente regenerada.
É óbvio que ele foi rejeitado, discriminado e – várias vezes – impedido de ministrar em algumas igrejas, pelo seu visual despojado (jeans surrados, camisetas, macacões, tênis velhos, barba por fazer e acessórios), que fugia e muito do que era considerado o “esteriótipo ideal para o crente”.
A vida de Janires era bem simples. Não era um homem de posses materiais, tanto que quando morreu deixou apenas algumas roupas e seus equipamentos musicais. Paulo Marotta sintetiza a simplicidade de Janires com as seguintes palavras:
"Janires não era um homem comum. Ele não se preocupava em casar, constituir família, arrumar um bom emprego, comprar isso ou aquilo, essas coisas que têm tanta importância para nós. Vivia do que produzia. Sua música, seu artesanato: camisetas e impressos em silk-screen. Frequentemente recebia ofertas, às vezes muito boas, mas sempre achava alguém que precisasse mais do que ele daquele dinheiro. Assim como recebia, dava generosamente".
Comentando uma entrevista de Pedro Braconnot, a prof. Márcia Leitão, em sua tese de doutorado, afirma:
"Janires inovou sonora, musical e comportamental, pois se apresentava com roupas e penteado distintos e, portanto, teria contribuído para posterior alteração imagética do evangélico" (p. 202).
Depois de duas gravações com a Banda Azul, Janires morreu em um catastrófico acidente automobilístico, quando voltava do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, em janeiro 1988. Não direi que foi prematuro, pois sei que o SENHOR sempre está no controle de tudo. Janires foi como um grão de trigo jogado em solo fértil. No ano de 2003 um grupo de músicos cristãos se reuniram no Acampamento Som do Céu, aqui em Belô e interpretaram algumas composições de Janires. A produção foi da Mocidade Para Cristo do Brasil (MPC). As músicas foram interpretadas por Banda Azul, Baixo e Voz, Verso Livre, Cia de Jesus, Expresso Luz, Nelson Bomilcar, Jorge Camargo, Paulinho Marotta, Banda MPC e Carlinhos Veiga. A gravação ao vivo foi intitulada "Tributo a Janires" e virou cd e dvd.
Janires foi uma das chaves que o SENHOR usou para abertura das portas da igreja ao rock, ao pop e a muito do que temos hoje na chamada música gospel.
Até a eternidade, Janires!