Um fato está me intrigando sobre as chuvas que castigam a região leste do Nordeste e que, segundo os meteorologistas, eram esperadas havia pelo menos três meses. O meteorologista da CPTEC-Inpe, Marcos Barbosa Sanches, disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, as chuvas que arrasam o Nordeste do Pais, apareciam em todas as previsões que foram feitas no período da pré-estação. Ou seja, sendo assim, concluímos que mais uma vez ouve a negligência das autoridades competentes, no que tange à prevenção.
Ainda segundo o meteorologista Sanches, a soma de dois fenômenos naturais provoca o aumento de chuvas na região. A temperatura do oceano está um pouco acima da média, de 27ºC, o que, segundo Sanches, acaba provocando aumento de nuvens, e consequentemente, de chuvas.
O Instituto Nacional de Meteorologia em Recife prevê a continuidade das chuvas. Segundo o Núcleo de Meteorologia de Alagoas, choveu 280 mm em 48 horas no litoral do Estado, volume de água equivalente a 15,5% da precipitação média anual da região. A secretária de imprensa do governo de Pernambuco, Terezinha da Costa, disse que o estrago provocado pela chuva na região metropolitana do Recife é um problema insolúvel. Ela descreve o que a imprensa tem mostrado:
Por esses motivos, diz ela, o governo não teve como se prevenir das chuvas previstas há três meses. "Estamos prestando toda a assistência à população, abrigando as pessoas, distribuindo cobertores, cestas básicas e colchões."
As cenas são tristes. As mortes continuam e, alem do horror causado pelas chuvas, a pobre população nordestina tem ainda de conviver com os saques, quando correm o risco de perder o pouco que ainda lhe sobrou.
Mas o que me intriga, é a falta de mobilização da sociedade. Há poucos meses, quando o Sul foi atingido por fortes chuvas que arrasaram Santa Catarina, houve uma comoção em nível nacional. Dava até gosto de ver a unidade do povo brasileiro, independente de posição social, raça, cor e credo. Todos se uniram e abraçaram a região Sul. As igrejas evangélicas de todas as denominações se organizaram em mutirões e arrecadaram doações e até dinheiro para que as casas destruídas pelas chuvas pudessem ser reconstruídas. Pipocaram campanhas nas várias mídias e o Sul foi acolhido pela população brasileira, inclusive, pelos nordestinos. Minha pergunta é: por que não se vê o mesmo empenho e interesse agora que são os pobres nordestinos de cabeças chatas e pés descalços? Cadê o interesse da sociedade brasileira? Cadê a mobilização e o amor da Igreja de Cristo? Cadê o engajamento das autoridades? Cadê as campanhas de arrecadação das emissoras de televisão? Cadê o “SOS Nordeste”? Cadê? Cadê? Cadê? Seria o povo nordestino “diferente” do povo sulista? Estaria rolando uma “sutil” acepção de pessoas?
Ainda segundo o meteorologista Sanches, a soma de dois fenômenos naturais provoca o aumento de chuvas na região. A temperatura do oceano está um pouco acima da média, de 27ºC, o que, segundo Sanches, acaba provocando aumento de nuvens, e consequentemente, de chuvas.
disse."Mas isso é uma coisa natural. O problema é que os ventos também estão mais intensos na região, o que agrava a situação,"
O Instituto Nacional de Meteorologia em Recife prevê a continuidade das chuvas. Segundo o Núcleo de Meteorologia de Alagoas, choveu 280 mm em 48 horas no litoral do Estado, volume de água equivalente a 15,5% da precipitação média anual da região. A secretária de imprensa do governo de Pernambuco, Terezinha da Costa, disse que o estrago provocado pela chuva na região metropolitana do Recife é um problema insolúvel. Ela descreve o que a imprensa tem mostrado:
A única solução, segundo ela, seria desocupar o local. A medida, porém, não é tomada porque "não há onde colocar as 400 mil pessoas que moram no local"."Não há como se preparar. A população carente está toda em morros, e a cidade está situada no nível do mar. Junta a chuva com a maré alta e a água não escoa. Como por exemplo o morro Casa Amarela. Esse morro recebe sempre a maior parte dos investimentos públicos, mas não tem sustentação. A água penetra profundamente no solo e não tem jeito."
Por esses motivos, diz ela, o governo não teve como se prevenir das chuvas previstas há três meses. "Estamos prestando toda a assistência à população, abrigando as pessoas, distribuindo cobertores, cestas básicas e colchões."
As cenas são tristes. As mortes continuam e, alem do horror causado pelas chuvas, a pobre população nordestina tem ainda de conviver com os saques, quando correm o risco de perder o pouco que ainda lhe sobrou.
Mas o que me intriga, é a falta de mobilização da sociedade. Há poucos meses, quando o Sul foi atingido por fortes chuvas que arrasaram Santa Catarina, houve uma comoção em nível nacional. Dava até gosto de ver a unidade do povo brasileiro, independente de posição social, raça, cor e credo. Todos se uniram e abraçaram a região Sul. As igrejas evangélicas de todas as denominações se organizaram em mutirões e arrecadaram doações e até dinheiro para que as casas destruídas pelas chuvas pudessem ser reconstruídas. Pipocaram campanhas nas várias mídias e o Sul foi acolhido pela população brasileira, inclusive, pelos nordestinos. Minha pergunta é: por que não se vê o mesmo empenho e interesse agora que são os pobres nordestinos de cabeças chatas e pés descalços? Cadê o interesse da sociedade brasileira? Cadê a mobilização e o amor da Igreja de Cristo? Cadê o engajamento das autoridades? Cadê as campanhas de arrecadação das emissoras de televisão? Cadê o “SOS Nordeste”? Cadê? Cadê? Cadê? Seria o povo nordestino “diferente” do povo sulista? Estaria rolando uma “sutil” acepção de pessoas?