Doação de órgãos. Eis aqui mais um assunto dos que não costumam estar nos postulados da teologia evangélica. Por mais que desejemos, não tomamos conhecimento, até o momento, de qualquer monografia evangélica abordando o tema em questão.
Estranhamente, a teologia cristã-evangélica, tanto demore em manifestar-se sobre o assunto, mas é bom e vital que se iniciem os ensaios sobre o tema e que nós crentes tenhamos a coragem de encarar os desafios dos tempos modernos que nos atropelam com assuntos controvertidos, envolvendo convicções espirituais e requerendo de nós alguma posição, com vistas a nortear o povo evangélico. É preciso ter peito para se levantar esses assuntos e - às favas com a modéstia -, eu tenho.
Com a Lei n.º 9.434 de 04/02/97, que trata da DOAÇÃO PRESUMIDA DE ÓRGÃOS, para fins de transplante, somos forçados a declarar em nossas Carteiras de Identidade e Carteira Nacional de Habilitação a nossa decisão quanto o ser ou não doadores de órgãos e tecidos. Tal Lei, é válida para crentes, descrentes, macumbeiros, satanistas, livres pensadores...
A doação de órgãos e tecidos é vista por grande parte da humanidade - independente de credo e/ou ideologias - como um ato de solidariedade e caridade, de amor ao próximo, até com expectativa de, quem sabe..., uma retribuição com bênçãos no além - o que nós crentes chamamos de "galardão".
Decisões importantes incluem nossos princípios e valores, muitos dos quais são mais apreendidos, do que compreendidos. Esses princípios afetam nosso ponto de vista de vida e morte e conceitos fundamentais como significado de fé, relacionamento e honra.
Prepare sua mente com antecipação, se possível, especialmente em termos de textos, conceitos e princípios bíblicos que irão orientar suas decisões. Conte mais com a possibilidade de conflitos do que de respostas prontas. Lembre-se, porém, de que, embora alternativas aceitáveis pelas idéias correntes no mundo possam não ser aceitáveis pelo pensamento cristão, a maioria das alternativas cristãs se enquadra nos parâmetros de aceitação do mundo.
O tema analisado parece simples, mas vemos, facilmente, que ele gera desgastante conflito. Tanto assim que o Governo, ouvindo o reclamo geral da população quanto a uma interferência em assunto tão melindroso, decidiu acatar a orientação médica concernente à palavra da família do falecido quando este não tenha feito em vida em declaração documental.
Se o crente resolver dar atenção às Escrituras Sagradas sobre o que ela fala relativamente ao corpo humano, há de ficar em embaraço, ante a opinião da grande maioria à sua volta, e às suas possíveis convicções próprias.
Vejamos então os conceitos bíblicos:
a) Comiseração - Existe a afirmativa: Jesus deu a sua vida para nos salvar, portanto, também, podemos salvar alguém dando nossos órgãos. É verdade, em parte, pois nem de longe é possível comparar a obra vicária de Jesus que consistiu na salvação do homem integral: espírito, corpo e alma.
Há quem pergunte: e se fosse você ou seu filho o necessitado de um órgão, qual seria a sua atitude? Deixemos claro que esta abordagem não tem necessariamente a resposta para o problema. É uma abordagem envolvendo, também, um prisma religioso.
Poderia, ademais, ser feita a seguinte pergunta: você dá sua vida ou a vida do seu filho por Jesus Cristo? Certamente que tudo dependeria do grau de fé e convicção de cada um.
b) Espiritualidade - Entendemos, por convicção religiosa, com todo respeito, que órgão não regenerativo não deveria ser doado, pois que, o homem, mesmo morto, tem vínculos enigmáticos. O homem morto não é como cão ou a galinha, etc... Parece que os antigos sabiam mais sobre isto do que nós dando ordens póstumas na esperança do viver futuro, conforme Gênesis 50: 24-26.
O mundo e suas forças espirituais, sem dúvida, têm trabalhado para fazer do homem um ser desatento espiritualmente quanto ao corpo físico, igualando o corpo humano ao de um animal qualquer, valorizando, somente, o aqui e o agora e, mesmo assim, produzindo, a cada dia, meio de degradação tanto biológica quanto espiritual.
O apóstolo Paulo afirma com veemência que o corpo do crente é templo do Espírito Santo, vide 1 aos Coríntios 3: 16, constituindo uma oferta de movimento ao Senhor Deus, conforme Êxodo 29: 24 e Rm 12: 1.
c) Aspectos éticos - Que fazer ante o clamor de um moribundo necessitado de um órgão para sua sobrevivência? Disse-me alguém: após a minha morte podem fazer de mim o que quiserem. Concordo. O que outros fazem comigo após a morte é uma coisa. Outra sou eu decidir. E o que vale para Deus é sempre o que eu decido hoje, sendo eu uma pessoa de convicções firmadas nas Escrituras Sagradas.
Há o chamamento para o texto de João 6: 63: "O Espírito é o que vivifica a carne para nada aproveita". Ora, é obvio que Jesus não estava autorizando a comiseração do corpo, visto que ele mesmo zelou muito bem do seu próprio corpo, como não poderia deixar de ser, pois ele era detentor da plenitude do Espírito Santo. Temos que atinar para o contexto geral do ensino de Jesus.
d) A questão da ressurreição - Deparamos na Bíblia com a doutrina da ressurreição. Ela é fundamental no conjunto do ensino cristão. O Senhor Jesus, ressurgiu dentre os mortos e trouxe consigo as marcas eternas que o homem lhe fizera. Gostaríamos muito de ter a certeza de que tais marcas, constituem apenas um referencial de lembrança relativamente ao sacrifício de Cristo pela humanidade ou se as marcas expostas pelo Senhor Jesus seriam estigmas irreversíveis produzidas, primeiro no corpo humano do Salvador, oriundas da decisão de entrega. Sei que esta abordagem poderá servir de galhofa para alguns e até poderão achá-la ridícula. Afinal, o futuro a Deus pertence.
Podemos então concluir, que, admitindo que não encontramos facilidade para dizer a um irmão se deve ou não doar seus órgãos. Fiquemos então preocupados, pois sempre nossas decisões pesam na balança espiritual. Ou será que, em se tratando de doação de órgãos, nada tem a ver? Como será que Deus vê o caso? Isto também é mistério.
Prefiro, então, doar os meus órgãos (por mim, podem retirar e doar a quem quiserem, tudo o que em mim se possa aproveitar, já que o que sobrar inevitavelmente será comido por famintos vermes sem que NINGUÉM possa impedi-los), mas não critico, absolutamente, quem decide em não fazê-lo. Afinal, decisão é decisão e que Deus tenha misericórdia de nós, por TODAS as nossas decisões - quer sejam favoráveis ou não, boas ou más; serão levadas à juizo Naquele Grande Dia.
E você, qual sua opinião sobre esse assunto? Na Igreja onde você congrega, seus líderes orientam sobre o tema, ou lá, como na maioria esmagadora das Igrejas - incluindo a que eu congrego, diga-se -, preferem omitir e se portarem com indiferença, jogando o assunto nos já lotados "porões da espiritualidade"? Você é um doador de órgãos?
Levando em conta os ateus e/ou os livres pensadores que aqui postam, gostaria também saber o [convenhamos, nem sempre] pertinente e [sejamos justos] inteligente posicionamento desses amados.
Quem será o(a) primeiro(a) a se manifestar (ou esse será mais um daqueles tópicos fadados às míseras [ou a nenhuma] postagens?).
Estranhamente, a teologia cristã-evangélica, tanto demore em manifestar-se sobre o assunto, mas é bom e vital que se iniciem os ensaios sobre o tema e que nós crentes tenhamos a coragem de encarar os desafios dos tempos modernos que nos atropelam com assuntos controvertidos, envolvendo convicções espirituais e requerendo de nós alguma posição, com vistas a nortear o povo evangélico. É preciso ter peito para se levantar esses assuntos e - às favas com a modéstia -, eu tenho.
Com a Lei n.º 9.434 de 04/02/97, que trata da DOAÇÃO PRESUMIDA DE ÓRGÃOS, para fins de transplante, somos forçados a declarar em nossas Carteiras de Identidade e Carteira Nacional de Habilitação a nossa decisão quanto o ser ou não doadores de órgãos e tecidos. Tal Lei, é válida para crentes, descrentes, macumbeiros, satanistas, livres pensadores...
A doação de órgãos e tecidos é vista por grande parte da humanidade - independente de credo e/ou ideologias - como um ato de solidariedade e caridade, de amor ao próximo, até com expectativa de, quem sabe..., uma retribuição com bênçãos no além - o que nós crentes chamamos de "galardão".
Decisões importantes incluem nossos princípios e valores, muitos dos quais são mais apreendidos, do que compreendidos. Esses princípios afetam nosso ponto de vista de vida e morte e conceitos fundamentais como significado de fé, relacionamento e honra.
Prepare sua mente com antecipação, se possível, especialmente em termos de textos, conceitos e princípios bíblicos que irão orientar suas decisões. Conte mais com a possibilidade de conflitos do que de respostas prontas. Lembre-se, porém, de que, embora alternativas aceitáveis pelas idéias correntes no mundo possam não ser aceitáveis pelo pensamento cristão, a maioria das alternativas cristãs se enquadra nos parâmetros de aceitação do mundo.
O tema analisado parece simples, mas vemos, facilmente, que ele gera desgastante conflito. Tanto assim que o Governo, ouvindo o reclamo geral da população quanto a uma interferência em assunto tão melindroso, decidiu acatar a orientação médica concernente à palavra da família do falecido quando este não tenha feito em vida em declaração documental.
Se o crente resolver dar atenção às Escrituras Sagradas sobre o que ela fala relativamente ao corpo humano, há de ficar em embaraço, ante a opinião da grande maioria à sua volta, e às suas possíveis convicções próprias.
Vejamos então os conceitos bíblicos:
a) Comiseração - Existe a afirmativa: Jesus deu a sua vida para nos salvar, portanto, também, podemos salvar alguém dando nossos órgãos. É verdade, em parte, pois nem de longe é possível comparar a obra vicária de Jesus que consistiu na salvação do homem integral: espírito, corpo e alma.
Há quem pergunte: e se fosse você ou seu filho o necessitado de um órgão, qual seria a sua atitude? Deixemos claro que esta abordagem não tem necessariamente a resposta para o problema. É uma abordagem envolvendo, também, um prisma religioso.
Poderia, ademais, ser feita a seguinte pergunta: você dá sua vida ou a vida do seu filho por Jesus Cristo? Certamente que tudo dependeria do grau de fé e convicção de cada um.
b) Espiritualidade - Entendemos, por convicção religiosa, com todo respeito, que órgão não regenerativo não deveria ser doado, pois que, o homem, mesmo morto, tem vínculos enigmáticos. O homem morto não é como cão ou a galinha, etc... Parece que os antigos sabiam mais sobre isto do que nós dando ordens póstumas na esperança do viver futuro, conforme Gênesis 50: 24-26.
O mundo e suas forças espirituais, sem dúvida, têm trabalhado para fazer do homem um ser desatento espiritualmente quanto ao corpo físico, igualando o corpo humano ao de um animal qualquer, valorizando, somente, o aqui e o agora e, mesmo assim, produzindo, a cada dia, meio de degradação tanto biológica quanto espiritual.
O apóstolo Paulo afirma com veemência que o corpo do crente é templo do Espírito Santo, vide 1 aos Coríntios 3: 16, constituindo uma oferta de movimento ao Senhor Deus, conforme Êxodo 29: 24 e Rm 12: 1.
c) Aspectos éticos - Que fazer ante o clamor de um moribundo necessitado de um órgão para sua sobrevivência? Disse-me alguém: após a minha morte podem fazer de mim o que quiserem. Concordo. O que outros fazem comigo após a morte é uma coisa. Outra sou eu decidir. E o que vale para Deus é sempre o que eu decido hoje, sendo eu uma pessoa de convicções firmadas nas Escrituras Sagradas.
Há o chamamento para o texto de João 6: 63: "O Espírito é o que vivifica a carne para nada aproveita". Ora, é obvio que Jesus não estava autorizando a comiseração do corpo, visto que ele mesmo zelou muito bem do seu próprio corpo, como não poderia deixar de ser, pois ele era detentor da plenitude do Espírito Santo. Temos que atinar para o contexto geral do ensino de Jesus.
d) A questão da ressurreição - Deparamos na Bíblia com a doutrina da ressurreição. Ela é fundamental no conjunto do ensino cristão. O Senhor Jesus, ressurgiu dentre os mortos e trouxe consigo as marcas eternas que o homem lhe fizera. Gostaríamos muito de ter a certeza de que tais marcas, constituem apenas um referencial de lembrança relativamente ao sacrifício de Cristo pela humanidade ou se as marcas expostas pelo Senhor Jesus seriam estigmas irreversíveis produzidas, primeiro no corpo humano do Salvador, oriundas da decisão de entrega. Sei que esta abordagem poderá servir de galhofa para alguns e até poderão achá-la ridícula. Afinal, o futuro a Deus pertence.
Podemos então concluir, que, admitindo que não encontramos facilidade para dizer a um irmão se deve ou não doar seus órgãos. Fiquemos então preocupados, pois sempre nossas decisões pesam na balança espiritual. Ou será que, em se tratando de doação de órgãos, nada tem a ver? Como será que Deus vê o caso? Isto também é mistério.
Prefiro, então, doar os meus órgãos (por mim, podem retirar e doar a quem quiserem, tudo o que em mim se possa aproveitar, já que o que sobrar inevitavelmente será comido por famintos vermes sem que NINGUÉM possa impedi-los), mas não critico, absolutamente, quem decide em não fazê-lo. Afinal, decisão é decisão e que Deus tenha misericórdia de nós, por TODAS as nossas decisões - quer sejam favoráveis ou não, boas ou más; serão levadas à juizo Naquele Grande Dia.
E você, qual sua opinião sobre esse assunto? Na Igreja onde você congrega, seus líderes orientam sobre o tema, ou lá, como na maioria esmagadora das Igrejas - incluindo a que eu congrego, diga-se -, preferem omitir e se portarem com indiferença, jogando o assunto nos já lotados "porões da espiritualidade"? Você é um doador de órgãos?
Levando em conta os ateus e/ou os livres pensadores que aqui postam, gostaria também saber o [convenhamos, nem sempre] pertinente e [sejamos justos] inteligente posicionamento desses amados.
Quem será o(a) primeiro(a) a se manifestar (ou esse será mais um daqueles tópicos fadados às míseras [ou a nenhuma] postagens?).